Resumo do livro Poemas Completos de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

Pretenso mestre dos outros heterônimos e do poeta ortônimo, Caeiro pretende surgir-nos como um homem de visão ingênua, instintiva, gostosamente entregue à infinita variedade do espetáculo das sensações, principalmente visuais, por hipótese desfrutáveis por um rural clássico reinventado. Em teoria, Caeiro defende que o real é a própria exterioridade, que não carece de subjetivismos. Proclama-se antimetafísico, é contra a interpretação do real pela inteligência porque, no seu entender, essa interpretação reduz as coisas a simples conceitos. Caeiro é fácil de reconhecer por um certo objetivismo visualista que faz lembrar Cesário Verde, pelo interesse pela Natureza, pelo ritmo lento.

Alberto Caeiro é a figura fulcral da grande renovação poética que Fernando Pessoa idealizou para a literatura portuguesa e de que a Revista «Orpheu» terá sido, em 1915, momento inicial. A extrema originalidade da sua criação artísticas e as fecundas conseqüências que Reis Campos e o próprio Pessoa logo repercutem, vão ter, a longo prazo, efeitos notórios na sensibilidade estética do século.